Trabalho Social

Quando, em 1951, Juscelino Kubitschek assumiu o governo de Minas Gerais, D. Sarah deu início a sua importante missão: realizar a mais ampla e intensa assistência social às classes menos favorecidas. Atendeu a milhares de pessoas, oferecendo escolas, médicos, dentistas, remédios, alimentos, roupas e agasalhos. Logo que Juscelino chegou à Presidência da República em 1956, D. Sarah vislumbrou a possibilidade de ampliar significativamente sua obra; reuniu suas amigas e criou a Associação das Pioneiras Sociais. Os dias entravam pela noite, o repouso encurtava. D. Sarah convocava embaixatrizes para participar de seu programa, empresas para o fornecimento de recursos e toda uma legião de pessoas das mais diversas áreas dedicadas ao programa por todo o País. Da Alemanha e dos Estados Unidos importaram-se hospitais volantes dedicados à assistência médico-dentária, um programa conhecido como “Saúde sobre Rodas”. O padrão de ensino das Pioneiras Sociais fazia com que suas escolas fossem intensamente procuradas pelos pais de alunos.

 

Em 1959, D. Sarah e seus colaboradores colocaram sobre as barrentas águas do rio Amazonas, no extremo norte do País, uma lancha-hospital importada da Alemanha, para atender à população ribeirinha, fazendo operações, partos, atendimento dentário. Em homenagem à sua mãe, falecida por causa de um câncer, D. Sarah engajou-se na luta contra a doença, criando no Rio de Janeiro, em 1957, o Centro de Pesquisa Luíza Gomes de Lemos, voltado ao trabalho de medicina preventiva, atendendo mulheres de diferentes faixas etárias, procurando oferecer também auxílio psicológico às pacientes.

 

Na capital mineira, berço das Pioneiras Sociais, D. Sarah conseguiu um belo conjunto hospitalar, planejado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, muito bem equipado com modernas salas de operações, departamentos de rediologia, oncologia, pediatria, entre outros, além de creche, biblioteca, restaurante e auditório. Em Brasília, além de erguer seu edifício, as Pioneiras Sociais inauguraram junto com a cidade, em 21 de abril de 1960, o Centro de Reabilitação destinado à recuperação dos incapacitados físicos, equipado com o que havia de mais moderno na área. Hoje o Centro transformou-se em uma Rede Nacional de Hospitais do Aparelho Locomotor coordenada pelo hospital-sede de Brasília. A Rede é considerada modelo de assistência pública de saúde, atendendo ricos e pobres, como o direito de cidadania. Com sua elegância e aparente fragilidade, D. Sarah percorreu o Brasil de Norte a Sul. Reunindo pessoas, abrindo portas e possibilidades, carregando sempre um sorriso amável e uma impaciência obstinada.

 

 


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