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1905 - Morre
o pai de Juscelino A morte de João César de Oliveira (foto),
pai de JK, agravou a situação da família. Apesar das suas
origens, caixeiro viajante, sua família passava por momentos
difíceis, dispondo de precários meios de sobrevivência.
Dona Júlia, embora não tivesse com quem deixar seus filhos,
estava determinada a dar-lhes o melhor. Assim levava-os
todos os dias, para a sala de aula, um dos cômodos da
casa em que morava. Foi assim que Nonô (como Juscelino
era chamado) e Naná, sua irmã, terminaram o curso primário.
Juscelino sempre se mostrou um garoto estudioso e interessado.
Apesar do pouco contato que teve com seu pai, pois quando
este morreu; em 10 de janeiro de 1905, Juscelino tinha
apenas 2 anos de idade, sempre houve uma semelhança na
personalidade de ambos, fato que agradava Juscelino. Segundo
ele próprio, isto fazia com que se sentisse mais próximo
da figura paterna, com a qual teve pouco contato. Dona
Júlia, por sua vez, era uma pessoa reservada e discreta.
Raramente participava de atividades sociais. Professora
desde 1895 dedicava a maior parte do seu tempo aos compromissos
da escola onde lecionava.
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Era neta de Jan Nepomusky Kubitschek, o "João
Alemão" (foto), um imigrante católico natural da Boêmia, que
se estabeleceu no Brasil como marceneiro pelos idos do primeiro
reinado. Foi ela que arcou com as responsabilidades da família
quando da morte de João César aos 33 anos. Dona Júlia morreu
em 1971 com mais de 90 anos. Juscelino teve duas irmãs Eufrosina,
que viveu poucos meses, e Maria da Conceição (foto), a Naná
(1901-1966). |
1902 - Nasce em 12 de setembro,
Diamantina, MG
1914 - Ingressa
no seminário dos padres Lazaristas, único ginásio de Diamantina.
Juscelino, com 12 anos, através de um pedido de sua mãe aos
padres Lazaristas, ingressa no seminário de Diamantina a fim
de cursar o secundário. Este era o único local na cidade onde
era possível cursá-lo. Logo de início, Juscelino deixou claro
aos padres que não possuía vocação eclesiástica e após 3 anos,
antes de completar 15 anos, conclui seus estudos no seminário.
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A idéia de ser médico, sempre constante, fez
com que continuasse a buscar novos caminhos a fim de dar
andamento a seus estudos. Ainda faltavam algumas matérias
para que o seu curso secundário fosse concluído e isto
só era possível em outras cidades. Tomou conhecimento,
então, de que era possível fazê-lo através do que na época
era chamado "exame por decreto", ou seja, o candidato
deveria estudar por conta própria, requerer os exames,
e, se fosse aprovado, receber o certificado. Prontamente,
Juscelino passou a empenhar-se ainda mais em seus estudos.
Eram 12 exames que ele deveria prestar. Ao terminá-los
o próximo passo seria a universidade. |
1919 - É aprovado no concurso
para telegrafista dos Correios em Belo Horizonte. Em 1919, o Diário
Oficial publicou um edital abrindo concurso para telegrafista em
Belo horizonte. Juscelino viu aí sua grande chance. Seria a oportunidade
de realizar seu antigo sonho de morar na capital com um emprego
garantido, o que possibilitar-lhe-ia cursar a faculdade de medicina.
Assim, viajou para Belo Horizonte com 200 mil réis que D. Júlia,
sua mãe, havia conseguido através da venda da única jóia que possuía:
um colar de ouro herdado de sua mãe. Participaram do concurso 89
candidatos. Após 6 meses de espera é divulgado o resultado. Juscelino
havia tirado o 19o lugar, o que praticamente significava a nomeação.
Esta, porém, só ocorreu em maio de 1921.
1921 - Nomeado telegrafista-auxiliar,
em Belo Horizonte. Quase dois anos após ter prestado exame para
telegrafista em Belo Horizonte, sai, em maio de 1921, a sua nomeação.
Neste meio tempo, Juscelino, sempre determinado, continuou estudando
por conta própria com grandes sacrifícios.
1922 - Ingressa na Fac. de Medicina
de Minas Gerais. Em dezembro de 1921, Juscelino completou os exames
necessários para adquirir o diploma de conclusão do secundário.
Finalmente poderia realizar o seu anseio de ingressar na universidade.
Juscelino prestou exames vestibulares, passou, e matriculou-se imediatamente
na Faculdade de Medicina da Universidade de Minas Gerais.
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1927 - Forma-se
em Medicina. Os anos na Faculdade de Medicina da Universidade
de Minas Gerais sucederam-se e, apesar das dificuldades de ter
de trabalhar durante o dia, o jovem diamantinense Juscelino
Kubitschek mostrou-se, como sempre, um excelente aluno. Juscelino
formou-se em 17 de dezembro de 1927. Foi em seu baile de formatura
que D. Júlia, sua mãe, conheceu Sarah Gomes de Lemos, filha
de Dona Luísa Negrão e Jaime Gomes de Souza Lemos, ex-Senador
mineiro. Sarah viria a casar-se com Juscelino em dezembro de
1931. |
1928 - Nomeado professor assistente
na Faculdade de Medicina de Minas Gerais. Ao formar-se em Medicina,
Juscelino atuava como interno na 3a. Enfermaria da Clínica Cirúrgica
da Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte. Após sua formatura
passa a assistente do Dr. Júlio Soares, seu cunhado e amigo, nesta
mesma Clínica. Passa, também, a participar como sócio de Júlio em
seu consultório particular, desenvolvendo, desta forma, a carreira
que escolhera com tanta determinação.
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1930 - Cursos
e estágios na Europa. Após formar-se em Medicina, tudo corria
normalmente mas Juscelino sentia necessidade de ir além. Queria
especializar-se e já tinha escolhido a área: Urologia. Assim
o fez. Rumou para a Europa em fins de abril de 1930. Além de
Paris, onde foi aluno do Dr. Maurice Chevassu, grande médico
urologista, Juscelino também estagiou em Viena e Berlim. Ao
regressar ao Brasil, em outubro de 1930, reassumiu suas funções,
no seu antigo consultório e assumiu o serviço gratuito que prestava
na Santa Casa e o cargo de médico da Caixa Beneficente da Impressa
Oficial. Absorvido como estava pelas obrigações de sua profissão,
apesar de estar sempre bem informado, a política lhe parecia
algo distante. |
1931 - Casa-se com Sarah Lemos.
1932 - Convocado para a Força
Pública. Em 1932, através de um convite de Gustavo Capanema, que
na época era secretário do interior e como tal, comandante da polícia,
Juscelino ingressa no corpo médico da Força Pública de Minas Gerais,
hoje Polícia Militar, juntamente com vários outros médicos e professores
de medicina do Estado.
Este foi o primeiro passo para a mudança radical na vida do jovem
Juscelino Kubitschek de Oliveira. Quando estoura a Revolução Constitucionalista,
em 09 de julho de 1932, Juscelino é imediatamente convocado para
o corpo médico que atuaria no "front". Durante a revolução, que
durou 4 meses, Juscelino exerceu sua medicina com louvor. Atuou
na cidade de Passa Quatro que ficava no setor do Túnel da Mantiqueira,
região onde os conflitos entre paulistas e mineiros foram mais acirrados
por ser região de fronteira entre os dois estados. No "front", tornou-se
amigo de personagens que futuramente iriam exercer cargos políticos
da maior importância, como Eurico Gaspar Dutra, na época coronel,
que mais tarde viria a ser Ministro da Guerra e posteriormente,
Presidente da República. Conheceu também Benedito Valadares, que
havia sido nomeado delegado de polícia da região do Túnel e mais
tarde seria nomeado por Getúlio Vargas interventor em Minas Gerais.
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1933 - Escolhido
secretário executivo por Valadares. A vida política de Juscelino
iniciou-se na Revolução Constitucionalista de 1932. As amizades
feitas durante sua permanência na frente de combate direcionaram
sua vida a caminhos que ele jamais pensou. Quando é que aquele
jovem médico poderia esperar que Benedito Valadares viria a
ser nomeado Interventor de Minas Gerais pelo Governo Provisório
de Getúlio Vargas e que partiria do próprio Benedito (com o
qual uma amizade havia nascido durante a Revolução) o convite
para que Juscelino atuasse como Secretário do Governo de Minas
Gerais? Juscelino pensou muito antes de aceitar o convite, uma
vez que não queria abrir mão de sua profissão de médico. Porém,
devido à insistência do Interventor e amigo, o convite foi aceito
em dezembro de 1933. Iniciou-se, então, a carreira política
de JK |
1934 - Candidata-se a Deputado
Federal. Em 1933, Juscelino é escolhido por Benedito Valadares para
atuar como Secretário do Governo de Minas Gerais. Desde o início,
Juscelino desenvolveu um trabalho dinâmico que impressionou muito
a todos. Seu contato com o público era diário. Tentando ajudar a
quem lhe procurasse, em pouco tempo sua popularidade subira vertiginosamente
nos meios políticos e populares. Isto contribuiu para que o Partido
Progressista (PP) o indicasse para concorrer à eleição para Deputado
Federal em outubro de 1934. Juscelino foi eleito com um número do
votos que ultrapassou todos os outros candidatos.
Tomou posse do cargo em 1935 mas exerceu seu mandato por apenas
2 anos. Nestes dois anos, de 1935 a 1937, Juscelino dedicou-se principalmente
à política. Como Secretário do Partido (PP) teve papéis importantíssimos
a desempenhar no estruturação deste, e seu trabalho foi, na maior
parte do tempo, desempenhado pelo interior do Estado.
1937 - O Estado Novo extingue
todos os mandatos legislativos do país. Devido ao golpe de estado
dado por Getúlio Vargas instituindo o Estado Novo em 10 de novembro
do 1937, o Congresso Nacional é fechado e uma nova estrutura de
poder é montada: a ditadura. O mandato de Juscelino, que havia iniciado
em 1935, é extinto. JK, que não aceitava o novo quadro que surgia,
decidiu-se a voltar a clinicar e, desta vez, segundo ele, para sempre.
1940 - Nomeado Prefeito de Belo
Horizonte por Valadares.
Em 1937, os interventores estaduais que permaneceram em suas funções
após o golpe de estado que instituiu o Estado Novo passaram a ser
denominados Governadores. Permanecendo em seu cargo, Benedito Valadares,
em 1940, chama Juscelino a seu gabinete e convida-o para ser Prefeito
de Belo Horizonte. Evidentemente que Juscelino ficou surpreso com
o convite, uma vez que sempre havia ficado muito claro seu posicionamento
contra a ditadura de Vargas. Porém, devido às pressões do Governador
e à garantia de que haveria eleições em um curto espaço de tempo,
o convite foi aceito.
JK retorna à sua carreira política, definitivamente, no dia
16 de abril de 1940, quando sua nomeação foi publicada no
"Minas Gerais". Em seu novo cargo, desenvolveu trabalhos que
marcaram de forma bastante positiva a sua vida política. Enquanto
prefeito, JK não deixou de clinicar, contrabalançando, dentro
do possível, as duas atividades. Juscelino só veio a abandonar
a medicina definitivamente em 1945. Neste período, além de
prefeito e médico, JK desempenhou o cargo de 1o Secretário
do recém formado Partido Social Democrata, o PSD. Juscelino
foi um prefeito democrático e dinâmico. Desenvolveu trabalhos
nas mais diversas áreas.
Suas realizações podem ser agrupadas em 3 pontos: a) obras públicas
e embelezamento da cidade; b) incentivo à cultura; c) assistência
às classes proletárias. No referente às obras públicas, JK restaurou,
pavimentou e construiu dezenas de avenidas. Entre as realizações
nesta área, podemos citar: o asfaltamento da Avenida Afonso Pena,
importante artéria de Belo Horizonte; a abertura de grandes avenidas
radicais com o intuito de facilitar o acesso ao centro da cidade,
como a Av. da Pampulha, Av. Tereza Cristina, em continuação à Av.
do Contorno, Av. Silviano Brandão e Avenida Pedro II; e o prolongamento
da Av. Amazonas.
Ainda em relação às obras públicas, Juscelino realizou obras de
canalização das águas que banham a cidade visando o saneamento básico
de Belo Horizonte. Construiu pontes e realizou terraplanagens a
fim de integrar o centro da cidade a vários núcleos populacionais
da zona suburbana, e desenvolveu em Belo Horizonte a rede subterrânea
de luz e telefone.
Uma das obras mais importantes no setor de obras públicas
foi a construção de uma das grandes inovações no referente
à arquitetura Nacional: a Pampulha. Projetada por Oscar Niemeyer
(que mais tarde iria projetar os prédios de Brasília), tinha
por finalidade básica o turismo. No local foi construído um
grande lago artificial e em torno deste, residências e casa
de diversões. Para tal, construiu-se uma avenida para que
o acesso ao local fosse facilitado. As obras da Pampulha duraram
apenas 9 meses. Em tempo recorde haviam sido construídos um
local de recreação e um novo ponto turístico para os cidadãos
de Belo Horizonte.
Juscelino também muito fez pela cultura da cidade de Belo
Horizonte durante a sua administração.Entre as suas realizações,
as mais significativas foram a criação do Museu de Belo Horizonte,
do Instituto de Belas Artes e do Curso de Extensão Musical.
O início da construção do Teatro Municipal, a oficialização da Orquestra
Sinfônica, e ainda, o apoio da Prefeitura a uma série de Instituições.
Com isto, JK pretendeu incentivar o surgimento de uma nova geração
de jovens ligados às artes. Com relação à assistência às classes
proletárias, JK muito fez no plano de Assistência Social. Além do
apoio dado às instituições que já existiam em Belo Horizonte, JK
estimulou a criação de novas casas e desenvolveu uma rede de organismos
de assistência social aos trabalhadores, dando a eles assistência
médica, hospitalar e dentária gratuitas, alimentação barata, e outras
facilidades a fim de garantir o seu bem estar.
Além de tudo isto, a prefeitura de Belo Horizonte construiu, durante
o mandato Kubitschek, o Hospital Municipal no Bairro da Lagoinha.
A fim de amparar o trabalhador enfermo, o prédio possuía 306 leitos
e instalações moderníssimas para a época. Quanto aos indigentes,
de acordo com a gravidade da enfermidade, o tratamento hospitalar
passou a ser-lhes oferecido através de um convênio altamente bem
desenvolvido entre a Prefeitura e a Santa Casa de Misericórdia.
JK também desenvolveu um programa de bairros e restaurantes populares
para facilitar a vida daqueles que não tinham condições para se
manterem.
JK foi um prefeito dinâmico e voltado para todos os campos. Os bons
resultados desta dinâmica marcaram seu nome no cenário político
Nacional, acabando por incentivar seus colegas de partido (PSD)
a lançar a sua candidatura a Deputado Federal em 1945, 1o passo
para a governadoria de Minas Gerais em 1950, e para a Presidência
da República em 1955.
1945 - Elege-se
Deputado Federal pelo PSD. Juscelino, nomeado prefeito de Belo
Horizonte em 1940, permaneceu na Prefeitura por 5 anos, quando
terminou o Estado Novo e novas eleições foram marcadas para
o dia 2 de dezembro de 1945. Nestas eleições, Juscelino foi
eleito Deputado Federal pelo Partido Social Democrata (PSD),
confirmando seu prestígio junto ao público. Como ele, foram
eleitos Eurico Gaspar Dutra e Getúlio Vargas, Presidente e Senador
da República, respectivamente. Foram eleitos também Tancredo
Neves, José Maria Alkimin, Gustavo Capanema e Benedito Valadares
para a Câmara dos Deputados, além de outros.
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1950 - Elege-se Governador .
Os 23 membros deveriam escolher através do voto quem seria
o candidato do partido ao Governo de Minas nas próximas eleições:
JK ou Bias Fortes. JK venceu por 3 votos e sua candidatura
foi homologada no dia 30 do julho. Imediatamente deu-se início
a sua campanha. O binômio "Energia e Transporte" seria o tema
da mesma, assim como suas realizações frente à Prefeitura
de Belo Horizonte. JK elege-se governador de Minas Gerais
em 3 de outubro de 1950.
JK assumiu o Governo de Minas Gerais no dia 31 de janeiro
de 1951. Foi para ele uma experiência gratificante e da máxima
importância uma vez que foi necessário o uso total de sua
capacidade e dinamismo. JK quis desenvolver um governo à altura
das expectativas daqueles que nele haviam votado. Suas propostas
eram audazes, o que suscitou uma série de divergências dos
seus opositores. Porém ele sabia que a melhor forma de comprovar
a sua eficiência era através do trabalho, e assim o fez. JK
sabia perfeitamente das condições em que se encontrava o estado,
pois, mesmo antes de tomar posse do cargo, ele já havia adquirido
informações concretas sobre os assuntos mais importantes referentes
a sua administração.
Minas Gerais parecia parada no tempo. Apesar de haver na época
mostras de desenvolvimento em um número resumidíssimo de regiões,
por exemplo, na região de Juiz de Fora, que possuía um Núcleo
Industrial desenvolvido, o estado não possuía nem potencial
energético e nem estradas. Portanto, JK tratou de desenvolver
estes dois setores o mais rápido possível. Pretendia, assim,
dar andamento àquilo que havia prometido ao povo de Minas
Gerais através do binômio que dinamizou sua campanha: "Energia
e Transporte".
Era necessário, portanto, elevar o potencial energético do Estado,
que na época era de 205 mil KW, para pelo menos 600 mil KW, e implantar
um novo sistema de comunicações através da construção de 3 mil km
de estradas. Para desenvolver este trabalho, o apoio efetivo do
povo era imprescindível e, a fim de demonstrar a sua afeição e respeito
a este, JK, logo que assumiu, tratou de elaborar alguns planos para
por em dia o pagamento do funcionalismo público. Para tal, era necessário
sanar as dívidas que JK havia recebido do Governo anterior, que
estava na época por volta de 1 bilhão e 650 mil contos.
JK conseguiu mobilizar o povo em torno de suas propostas que eram
na realidade três:
a) eletrificação;
b) estradas;
c) industrialização.
Quanto à questão energética havia uma série de coisas a serem desenvolvidas
durante os 4 anos de Governo. E, sendo assim, a equipe de energia
necessitava de um órgão centralizador que organizasse suas atividades.
Para tal criou-se a CEMIG (Centrais Elétricas de Minas Gerais).
Esta não só desenvolveu seus trabalhos durante o governo que a criou,
como também durante os governos que sucederam a sua criação.
Através da eletrificação foi possível estimular a industrialização.
A criação de uma siderúrgica dentro do estado era de especial
importância para o estímulo desta. Sendo assim, foi instalado
em Minas Gerais o conjunto de produção Metalúrgica de Mannesmann,
uma empresa alemã, que possibilitou a concretização dos planos
de JK de tirar Minas daquela situação "agropastoril" em que
se encontrava e elevar o estado às condições de industrialização.
Era necessário construir rodovias que possibilitariam o tráfego
pelo interior e incentivariam a comunicação social e o escoamento
da produção interna. Desenvolver-se-ia, desta forma, a situação
econômica de Minas. Construiu-se, então, 3087 km de estradas
sob a supervisão do DER e 251 pontes distribuídas por todo
o Estado. A construção de estradas favoreceu a integração
econômica em todos os sentidos, inclusive no que diz respeito
à produção agropecuária.
A fim de incentivar a agropecuária, JK implantou a FRIMISA e a FERTISA,
visando a modernização da pecuária e agricultura. JK não se concentrou
apenas naquilo que havia prometido em campanha. Além do pleno desenvolvimento
das metas prioritárias contidas no binômio que caracterizou sua
campanha, muito foi feito no setor de saúde pública e educação.
Foram criados mais 120 postos de saúde. Distribuídos pelo interior,
a fim de melhorar as condições de saúde do povo, estes postos em
muito ajudaram o crescimento de Minas Gerais, uma vez que o cidadão
com saúde se vê em condições de produzir em favor de si próprio
e da comunidade. Quanto à educação, deve ser ressaltado que as matrículas
no curso primário duplicaram, ou seja, quando JK tomou posse, apenas
680 mil alunos freqüentavam a escola primária e ao findar do seu
governo 1.100.000 alunos possuíam a matrícula escolar. Além disso,
"foram construídos 137 prédios escolares, 37 novas praças de esportes,
instaladas 2 faculdades de Medicina, 1 de Direito, 1 de Farmácia
e Odontologia, 5 conservatórios de música, 1 Escola de Belas Artes
..." e deu-se inicio à construção da Biblioteca Municipal em Belo
Horizonte.
JK governou do 1950 à 1954. O seu governo não decepcionou aqueles
que nele haviam votado. O desenvolvimento do estado foi uma intenção
visível e palpável, digna de um homem que soube calar a oposição,
criando condições para dar o próximo passo: a Presidência da República.
Seus ideais permaneceriam intactos: trabalho e responsabilidade
para com o povo que nele havia confiado.
1955 - Elege-se Presidente da
República.
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Quando JK elegeu-se Governador em 1950,
Getúlio Vargas elegeu-se Presidente da República. Getúlio
Vargas suicidou-se em 1954 e seu vice, Café Filho, assumiu
a presidência. Café Filho viria a ser um dos opositores
à candidatura JK à presidência e faria tudo para impedir
futuras candidaturas que não conviessem a sua linha política,
a UDN (União Democrática Nacional). Apesar de não ser
este o seu partido político, Café Filho aliara-se ao mesmo
para impedir a candidatura de JK. |
No PSD a candidatura de Juscelino Kubitschek à presidência já
era tida como certa. Esta foi oficialmente homologada dia
10 de fevereiro de 1955. O "slogan" de sua campanha era "50
anos em 5" (50 anos de progresso em 5 anos de governo). Seu
companheiro de chapa era João Goulart, o "Jango", que pertencia
ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Estes dois partidos
juntos muito significaram para a estabilidade do Governo JK.
Uma infinidade de pressões por parte das oposições, principalmente
da UDN, desencadearam um processo de "luta" contra a candidatura
de JK e Jango.
Estas pressões, entretanto, não deram resultado algum. No
dia 3 de outubro de 1955 JK é eleito o 20o presidente do Brasil
e João Goulart seu vice-presidente. Seus opositores foram
Ademar de Barros, candidato pelo Partido Social Progressista (PSP) -, Juarez Távora pela UDN
e Plínio Salgado pelo Partido Integralista. A vantagem de
JK sobre Juarez Távora, o candidato derrotado mais votado,
foi de quase 500 mil votos.
1956 - Empossado na Presidência
da República .
Mesmo após JK ter sido eleito Presidente da República pelo
voto popular ainda houve tentativas por parte da oposição
de anular as eleições e de até mesmo de dar um golpe. Porém
uma facção do Exército, sob a Liderança do Gal. Lott, garante
a posse de JK no dia 31 de janeiro de 1956. Os militares desempenharam
um papel muito importante no que diz respeito à estabilidade
política do governo JK.
JK foi um líder inteiramente identificado com sua ideologia
desenvolvimentista: desenvolvimento autônomo, industrialização
e democracia. Concretizou idéias baseadas naquilo que considerava
básico em termos do desenvolvimento econômico e social. O
progresso foi a característica básica de seu governo. O "Plano
de Metas" traçava a forma de se atingir "50 anos de desenvolvimento
em 5 anos de governo". Basicamente, este "visava acelerar
o processo de acumulação, aumentando a produtividade dos investimentos
em atividades produtoras". Ao todo foram 30 metas e mais a
meta síntese: Brasília. Estas metas podem ser agrupadas em
6 grandes grupos:
1) Energia,
2) Transportes,
3) Alimentação,
4) Indústria de Base,
5) Educação e
6) Construção de Brasília.
O "Plano de Metas" alcançou total sucesso, apenas algumas
metas não foram totalmente concluídas.
Enfim, o governo JK foi um governo dinâmico que não aceitou
imposições de forma alguma, chegando até a romper com o FMI,
em 1959, em decorrência de "imposições monetárias" que este
pretendia fazer ao governo Brasileiro. JK deixou a presidência
da República em 31 de janeiro de 1961 ao passar a faixa presidencial
ao seu sucessor Jânio da Silva Quadros.
1961 - Defende a posse de
João Goulart e elege-se Senador por Goiás.
JK passou a faixa Presidencial ao seu sucessor Jânio Quadros,
no dia 31 de janeiro de 1961, exatamente 5 anos após tê-la
recebido. Segue-se um período peculiar na história do Brasil.
O presidente Jânio Quadros renuncia à Presidência da República
após 7 meses de mandato. João Goulart, que continuava como
vice-presidente após o período JK, assume a Presidência da
República.
Após passar a faixa de Presidente da República, JK partiu
para Paris. Retornou ao Brasil em maio e deu início imediatamente
a sua campanha para Senador por Goiás. Eleito em 3 de outubro
de 1961, JK tomou posse no Senado.
Como Senador continuou mantendo o dinamismo de sempre. Neste
mesmo ano, o PSD pede a JK que assuma a presidência do partido.
JK não aceita devido, principalmente, a constantes viagens
que fazia a fim de manter contatos políticos para avaliar
as condições sociais e políticas da época. A idéia de JK voltar
à presidência já era algo quase que certo, já se ouvia
falar pelo Brasil todo em "JK 65". A campanha mais tarde tornou-se
realidade, só que desta vez o "slogan" seria "Educação e Agricultura"
(5 anos de agricultura para 50 anos de fartura).
1962 - JK não pode recusar
a sua indicação, feita pela organização dos Estados Americanos
(OEA), ao cargo de coordenador da Aliança para o Progresso.
Esta seria uma continuidade da Operação Panamericana, idealizada
por JK durante o seu governo. Era portanto um programa que
tinha por finalidade básica elevar o modo de vida nos países
da América Latina. JK permaneceu como Senador durante 3 anos,
sempre viajando muito e dinamizando a política de seu partido
(PSD).
1964 - Com a Revolução,
seu mandato é cassado e seus direitos políticos suspensos.
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Com a Revolução de 31 de março de 1964, a situação política
no Brasil sofre mudanças consideráveis. O então Presidente
da República João Goulart, deposto do cargo, partiu para o
exílio, enquanto uma junta militar assume o governo com promessas
de organizar o país. Inicialmente, seria escolhido um presidente
que durante 1 ano poria as coisas em ordem, estabelecendo
após este período eleições diretas para a Presidência da República.
Porém, após um certo período de tempo JK e outros políticos
foram percebendo qual a verdadeira intenção daqueles que haviam
tomado o poder. JK começa a demonstrar idéias divergentes
do Governo imposto. Em decorrência disto, no dia 8 do junho
do 1964 o mandato do JK foi cassado e seus direitos políticos
suspensos por 10 anos. Em conseqüência das pressões sofridas
como homem político e ser humano, JK decidiu partir para o
exílio voluntário em 14 de junho de 1964. Em outubro do 1965
ele retornou, e acabou sofrendo novas agressões de ordem moral.
Parte para um novo exílio em 9 de novembro deste mesmo ano,
onde permaneceria por 2 anos. Sua volta definitiva deu-se
9 de abril de 1967.
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1967
- Retorna definitivamente ao Brasil . Após permanecer
exilado por um período de dois anos, JK volta definitivamente
ao Brasil em 9 de abril de 1967. Durante sua estada no
exterior, JK proferiu palestras nas mais importantes Universidades
dos Estados Unidos e da Europa, de onde adquiria recursos
financeiros para sua manutenção no exterior. Do volta
ao Brasil, fundou o Banco DENASA onde permaneceria até
1975, quando deixou tudo isto para dedicar-se apenas a
sua fazenda no interior de Goiás. |
1974 - Elege-se para a Academia
Mineira de Letras .
Publica o livro "Meu caminho para Brasília e candidata-se à Academia
Brasileira de Letras, sendo derrotado por Bernardo Elis. 1975.
1976 - Morre em acidente automobilístico no km 165 da via
Dutra, em 22 de Agosto 1976. JK morreu no dia 22 de agosto de 1976
em um acidente automobilístico na Rodovia Presidente Dutra, em São
Paulo. Seu carro chocou-se de frente com uma carreta após ter sido
acidentalmente fechado por um ônibus que vinha na mesma pista em
alta velocidade.
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